“Para ter cobertura vacinal em todo o mundo, precisaremos de vários imunizantes diferentes contra a covid-19 — e o desenvolvimento deles é apenas a ponta do iceberg de investimentos continuados em formação e desenvolvimento científico”, escreve Alicia Kowaltowski, médica e professora titular do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP, em artigo para o Nexo
Na semana passada foi lançado o movimento “Não sou tapado. Confio na ciência” nas mídias sociais — uma tentativa de chamar atenção para a grave ameaça representada pela proposta de desfinanciamento da pesquisa científica em 2021, diminuindo o percentual de repasses públicos para a área, para além da já projetada queda de arrecadação. Para mim, há, nesse movimento, uma vontade de fazer mais do que reverter a estupidez de governos que não compreendem que ciência é investimento essencial, que gera desenvolvimento. E eu gostaria de mostrar de forma pública e disseminada que a ciência merece não somente apoio, mas também confiança, justamente por seu método envolver escrutínio e avaliação contínua. Gostaria de ver viralizar o sentimento de respeito ao processo científico.
Nenhuma área demonstra mais a necessidade atual de confiança na ciência que o desenvolvimento de vacinas. Uma minoria muito vocal e crescente de pessoas sem conhecimento científico algum, reunida no movimento antivacina, tenta convencer o mundo de que vacinas são perigosas. É uma corrente que ameaça a ação mais eficiente de melhoria de saúde que a biomedicina foi capaz de desenvolver. É graças a vacinas que não temos mais que nos preocupar diariamente com varíola, poliomielite, sarampo, difteria, tétano e uma lista imensa de doenças contagiosas que assolaram a humanidade por milênios. Note que a pandemia de covid-19 ilustra muito claramente como é um mundo em que falta uma única vacina!
Veja o texto na íntegra: Nexo
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